Por um momento, eu pensei que chegaria a hora de vivenciar esta ausência, de mergulhar na dor e tentar entender o que aconteceu.
No início, eu fugi completamente desta possibilidade, pois não era viável, sair do meu foco e das responsabilidades que possuía. Eu simplesmente não podia desabar naquela hora. Não podia ficar buscando respostas e esquecer do meu trabalho.
Com a frieza de uma pedra de gelo, eu tive o auto-controle que nunca conseguira ter.
Nos momentos em que pensava: "-Será que ele está vivo?", logo cortava este pensamento e me disciplinava para não cair nas armadilhas das minhas emoções.
Os dias foram se passando, semanas se passaram...realizei meus trabalhos com louvor e quando pude relaxar, justamente no momento em que eu me permitiria sofrer, uma força sobrenatural entrou no meu coração e eu percebi, que na verdade desde o dia em que você desapareceu, eu vinha sofrendo em silêncio. Não compartilhei minha dor. Não pedi opiniões. Nem sequer chorei.
Hoje, eu ainda não sei se você está vivo ou não.
Oro do fundo do meu coração para que nenhum mal tenha te acontecido, mas decidi que você é um HOMEM LIVRAMENTO.
Se você estiver vivo, me livrei rapidamente de alguém que não têm o menor respeito pelo sentimento humano e decididamente não me merece.
Se você estiver morto, me livrei da dor de perder um homem gentil, sincero, educado, bonito e sensível. Afinal duas semanas, não formam tempo suficiente para eu "vestir um luto de viúva".
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