Há um grito entalado em minha garganta neste dia tão lindo e tão ensolarado.
Um grito que mistura dor e prazer.
Quando eu conseguir soltá-lo, expressarei o que guardo há tanto tempo.
A minha infinita busca, as minhas delicadas escolhas de vida, o meu ego...
Por que buscar tanto, uma perfeição que não existe?
Por que sonhar em ser aceita por pessoas que nem ao menos se conhecem de verdade?
Por que não me livrar desta rigidez que me aprisiona e me sufoca?
A resposta é simples: culpa.
Por que me culpar tanto? Por que me censurar tanto?
Por que trair tanto a minha alma?
Será que Deus se agrada ao ver um filho neurótico, duro, frio e infeliz?
Será que esta culpa que as religiões nos trazem não servem apenas para nos deixar mais limitados e dependentes?
Será que o verdadeiro Deus não é bem mais do que tudo isso?
O meu prazer está justamente em enxergar essa nova possibilidade.
O meu viver, se torna hoje mais leve e a minha conexão com o divino, infinita.
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