Por muito tempo tive medo.
Não sabia que havia um universo muito maior do que aquele
que eu conhecia.
Não imaginava que as relações poderiam ir além daquilo
que eu vivia.
Demorei muito tempo para tomar a decisão de ampliar o meu
olhar e mergulhar no oceano de mim mesma.
Comecei a enxergar todas as pessoas sob um novo olhar. A
realidade estava sendo escancarada para mim.
Nesta hora tive um choque e senti muita dor.
Percebi que muita coisa apenas parecia, mas não era;
muitos falavam, mas não sentiam.
Entendi que todos possuem traumas, fraquezas, medos e
neuras. Mesmo aqueles que se mostram fortes, principalmente esses, que se
mostram fortes.
Aprendi que euforia, muitas vezes é a máscara colorida
que esconde a tristeza, o vazio.
Passei a entender porque muitos adoecem, outros comem
demais, outros se drogam, outros são promíscuos.
Há um enorme vazio dentro de cada ser e esse espaço pode
ser preenchido de várias maneiras.
O silêncio é uma delas e a maioria das pessoas menospreza
o silêncio.
A solidão também; essa, é tratada como se fosse um
fantasma que ninguém quer encontrar pela frente.
Ambos sempre fizeram parte dos meus medos.
Eu tinha uma necessidade incontrolável de falar e falar e
falar, sem me escutar, sem escutar os outros. E me justificar e agradar e ser necessária
para as pessoas. Desta forma, eu abria mão de saborear cada momento e enxergar
os tesouros que as pessoas tinham para me dar.
Finalmente chegou o tempo de compreender que o silêncio é
um grande presente que me permite sentir, refletir, perdoar, aceitar, agradecer
e me conectar com o Divino.
A solidão foi e é fundamental, afinal, apesar de ter sido
inspirada por pessoas, acontecimentos, relacionamentos, leituras e músicas, eu
tive que decidir sozinha. Deus nos deu o livre-arbítrio e essa palavra esta
diretamente ligada à solidão, pois faço as minhas escolhas sozinha.
Assim, passei a me sentir mais segura. Encontrei algumas
respostas, comecei a fazer algumas perguntas.
Joguei fora aqueles medos e agradeci.
Agradeci por todo esse processo, pelo crescimento, pelos
novos caminhos, pelos ensinamentos e principalmente pela liberdade que sinto
desde quando me conheci de verdade. Desde quando enjoei de ser pela metade e
passei a ser inteira.
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